UMA TARDE DE DOMINGO
Pergunto à chuva que cai
Notícias da minha amada
Já cai em bica dos beirais
E a chuva não me diz nada.
Pergunto ao vento que abana
As árvores lá do jardim
O vento abana os ramos
E não diz nem não nem sim.
Pergunto a um bando de pombas
Refugiado na varanda
Onde é que ela está
Por onde é que ela anda.
Vou para junto do telefone
À espera que toque. Quando?
Ouço só a voz das pombas
De vem em quando arrulhando.
E a noite vai caindo
E escuro vai ficando.
E estou aqui sozinho
Por ela, louco, esperando
Quando se ama, é mesmo assim.
Como se sofre. Demais!
E a chuva segue caindo
Mesmo em bica, dos beirais.
16/11/14