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Incêndio

 
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Incêndio

Foi em agosto de um mil novecentos e cinquenta e três
Que se formou um incêndio num sítio de um japonês
E o fogo foi levado pelo vento quase sem poder parar
Toda a vizinhança se reuniu para tentar interrompê-lo
Mesmo com muita água e ramos verdes para contê-lo
Não havia jeito de se fazer este incêndio se estancar

Nesta noite eu levantei da cama lá pelas nove horas
Olhei do lado sudeste e contemplei pela noite afora
Que há menos de mil metros se via labaredas ardendo
E se ouviam sapos e rãs coaxando a beira de nosso rio
Pois fazia muito calor provocado por longo tempo estio
E muita preocupação a minha mãe estava remoendo

O meu pai e meu irmão mais velho ajudava a apagar
Mas aquele incêndio enorme teimava em se alongar
Roças e casas já estavam sendo pelo fogo, destruídas
Mas quando foi chegando próximo ao dia amanhecer
Uma chuva bem fininha, por Deus, veio a ocorrer
E só assim as chamas deste incêndio foram contidas

Quando foi no dia seguinte nós ficamos informados
Que os porcos de um vizinho foram todos queimados
Pelo incêndio, que no ato, não pode ser impedido
Na época eu tinha pouco mais de três anos de idade
Lembro-me, como fosse hoje, e recordo com saudade
Deste fogo que na infância não passou despercebido

jmd/Maringá, 14.11.2014





verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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Enviado por Tópico
Uma mulher, um poema
Publicado: 18/11/2014 11:16  Atualizado: 18/11/2014 11:16
Colaborador
Usuário desde: 26/04/2006
Localidade: São Paulo/SP
Mensagens: 1327
 Re: Incêndio
Olá Marino!

Um poema triste, mas belo nesse versar!

Parabéns e um forte abraço!