Poemas : 

Vidas paralelas

 
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CAP I

Num movimento brusco e impensado, Sara repuxou para trás os longos cabelos.
Olhou mais uma vez para o painel do “Volvo”. O relógio digital avançava em passos largos.
- Raio de transito! Logo hoje que era quarta feira, dia de poker.(sussurrou entre dentes com a raiva que por vezes a assolava)
Nem reparou nas luzes azuis e intermitentes que um pouco mais à frente dançavam na penumbra.
Num gesto nervoso (ou de tesão) passou a mão pelas pernas, quase rasgando as finas meias que em perfeição estudada lhes davam um tom moreno e mais torneado
-Ufa , finalmente!
Pensou em voz alta, misturando as palavras com o “stand by me” que rolava no CD que ao acaso meteu na ranhura do painel iluminado.
- Raios que partam o gajo que resolveu fazer piruetas hoje.
(lá praguejou mais uma vez).

- Finalmente em casa.
Escorregou escada escada acima, esquecendo os finos tacões que a qualquer minuto a deixariam em maus lençóis.
Pela milésima vez, encarou o pulso onde o “Cartier” ia ditando o tempo
- 15 minutos…! Raios!
15 minutos restavam para que despisse a “Sara Lady” e vestisse a outra.
Afinal, não eram todos os dias quarta feira, “dia de poker”.
James iria jantar no “Club” e depois prolongaria a noite na “jogatina” onde os dólares rolavam como água de ribeiro em dias de inverno.
E nem foi “por acaso” que deu folga a Josephine nesse dia.
Ofegante, empurrou a porta da suite. Num ápice, largou as meias morenas, despiu a saia verde e a blusa castanha.
Em tempo que o relógio nem contou , tomou um “duche”.
Permitiu que o vestido preto lhe passasse pelos seios eretos em tempo “record” (afinal até gostava do ritual, prolongando o tempo de passagem).

- Bolas! Os ligueiros? Onde estão? Josephineeeeeeeeeeee!
Esquecera-se que Josephine estaria, se calhar num bar modesto a beber uma cerveja com Barry( Afinal, também o tinha dispensado).
-Calma Sara. (disse para si mesma).
Respirou fundo. Tateou, procurando o “Cartier” que ainda pulsava no seu braço.
Ainda restavam 5minutos.
Deixou que os dedos deslizassem pelos seios até ás pernas, passando pelas ancas .
Em languidez estonteante, passou o batton pelos lábios carnudos. E os pés bem cuidados entraram nos sapatos prateados e altos
Uma passagem pelo “fiel amigo”, o espelho.
-Hum! Gosto!
Desceu as escadas de vermelho vestidas, correu e percorreu todos os interruptores.
Velas, só velas bastavam para que as silhuetas se insinuassem.
Em tempo “record”, Sara tinha finalmente concluído o cenário.
Palpitando de desejo, subiu um pouco o negro vestido que a cobria,
Entrelaçou a pernas despidas de qualquer trapo…E pulsou ainda mais.
-Sebastian! Não demores.
E de novo ia percorrendo com os dedos as coxas que dali a pouco não seriam só suas.
Um sinal de luzes invadiu as janelas ainda entreabertas. Sara , correu até à porta ainda iluminada pelos candeeiros do jardim
Sebastian chegara finalmente.
James….Estava a jogar poker.
(continua)


Jenny Marcelle

 
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JennyMarcelle
 
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