Uma caixinha com bolas cor de rosa guarda os pensamentos de um individuo que cortou o cabelo a navalhada depois de ter colado uma pastilha elástica nos sapatos da tia gorda que estava de visita pois era do interior onde os castelos de areia se desmanchavam com o vento que fazia girar os moinhos com tanta força que as velas quase se apagavam ficando assim uma escuridão de sons onde quase se tropeçava no silencio de um cego que só visualizava os sonhos dos desgraçados dos amantes que se despediam com longos beijos molhados de tanta música que se escrevia nas cartas de amor amor amor...
Nessa caixinha com bolas cor de rosa também guardava as opiniões sobre as guerras onde canhões marcham pela fome desgraça e Vitória que era a tia gorda raspava raspava e a pastilha nao saía nem com a água gelada que desfaz os castelos porque nem só o vento cega a mudez de um anjo que come algodão doce rosa rosa como as faces desse mesmo anjo que voa como as borboletas na direcção de cumulos em forma de verdes sapos que saltam de petala em petala refrescando a memoria de beijos que não demos enquanto grito bem alto pela caixinha com bolas cor de rosa onde guardo todo o meu amor amor amor...
MF