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Margô_T | Publicado: 24/08/2016 09:58 Atualizado: 24/08/2016 10:01 |
Da casa!
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Re: Passarela subjetiva
E eis que esta “verdade única do ser:/a subjectividade” se reveste, neste teu poema, de uma originalidade estonteante que se alia a um ritmo muitíssimo inebriante.
O ritmo de todo o movimento da “cidade” é concebido, essencialmente, pela repetição de palavras entre versos que nos vão conduzindo pelo poema como se de um “rio” se tratasse (sendo que a mancha gráfica do poema, semelhante a uma “passarela”, também ajuda). Destaco estes trechos (neste sentido de ritmo): “a cidade pulsa como um rio”/“a cidade pulsa no rio da cidade”/”no pulso”, “A minha voz/a minha voz pulsa/no pulso da cidade”, “a cigarra”/”o cigarro”. No entanto, o ritmo também se sente na ideia de “eco”, muito original, que faz com que um “agora” soe a um “ora ora ora ora ora” e uma “vida” a um “ida ida ida ida ida”. Os carros, as cigarras, os cigarros, os subterrâneos veios da cidade, a vida “ávida” e “fluída” e as pessoas rabiscando nas suas páginas (inicialmente brancas) o que “querem dizer” “à cidade” - tudo isto é a "passarela". Escrevendo, as pessoas fazem vacilar este movimento… e, com “tintas nas mãos”, mostram a “verdade subjectiva” - escondida por todo este ritmo e movimento - que existe “nos muros da cidade”. “fêmea efémera” (belíssimo jogo de Fs e Es) é esta cidade onde, o que fica, é o que se diz/escreve por mãos como as tuas, cheias de “tinta”. |
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