Quero você,
Mas não a quero pura,
E nem casta.
quero indecente e despudorada,
Até lúbrica e voluptuosa,
Aceitando os meus beijos,
Ao longo do seu colo aveludado.
Quero deslizar a boca sobre seu ventre,
Afundando no umbigo buliçoso...
Quero você,
Não quero santa, nem inocente,
Quero que seja uma mulher ardente,
Que eu possa morder docemente
Percorrendo o seio macio, quente,
e intumescido de prazer, dolente,
mulher cálida e branda, ou agitada,
mas que se entrega ao prazer totalmente!
Quero você,
Mas não imaculada, nem virginal,
E nem uma alma gêmea.
Quero que seja uma excitada fêmea,
O desejo todo aceso, arrebatada,
Cheia de luxúria a ser realizada
Disposta a sentir um prazer sensual, agitado.
Quero o seu corpo molhado, melado,
Lambuzado do fruto do gozo conquistado!
Quando meu corpo se entrega cansado
na calma após o ardor do desejo de sobejo saciado.
Quero que seja uma fêmea somente,
Impetuosa e densa, doce, mas jamais submissa,
Entregue à lascívia dos meus beijos tépidos.
E que depois do amor não reste intacta,
Surja então invadida e devassada,
Revelando, sem pejo,
no seu corpo ressurgido, penetrado,
Todas as marcas do nosso desejo realizado.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.