Anda, Vida!
Anda, vida
Vai ainda
Sendo finda
Na partida
No abismo
Da dor vinda
Na ferida
Onde cismo
Em cutucar
Até sangrar
E quando dói
De tão doída
Paro, estanco
O sangue, o pranto
E assim fica
A dor passando
E a vida finca
Assim sem graça
Outra faca
E me cala
Outra mordaça
E no grito
Sufocado
O pecado
É assumido
Finjo ser
Finjo ter
O sangue tinto
Que jorrado
Lava a terra
Onde se encerra
O que eu sinto
Desse amor
Que em meu peito
Fez-se um jeito
De deixar
Sangrando, exposto
Envergonhando
Até querer
Que o amanhecer
Amanheça cantando.