Os últimos raios de um sol frio, quase aniquilado,
vieram ao alpendre me encontrar ainda duvidoso.
Não havia o som do vento, sequer um ser alado,
tudo que existia estava preso no véu misterioso.
Envolto em névoas densas, o mundo sucumbia,
nem mesmo uma lembrança da vida anterior.
No total silêncio daquela noite nada se permitia,
atônito, o luar capitulou, ora rendido ao amargor.
Não puderam ser rendidas últimas homenagens,
antes que se consumassem momentos fatídicos,
nada mais estaria vivo em dantes claras paragens.
No esplendor da destruição, a morte anunciada
selou sem glória os infaustos episódios verídicos;
não houve amanhã depois da noite amaldiçoada.