Tenho tatuado na pele
um poema que arde nos poros
infinitos da minha essência…
Recomeço de uma folha em branco
a poesia que não escrevi
talvez nunca a escreva!
Há um ardor no âmago
queimam-se as palavras
na fragrância dos sentidos…
É uma ardência sem dor
um aperto sem direito a nós
laços que não enfeitam
queixumes sem lume!
Os olhos perdem os verbos
de um poema desconectado
das verdades onde sei ser palavra…
Abrigada nos bolsos da alma
no desencanto dos cânticos
sorvidos pelo destino
onde já não sei escrever!
Não quero mais ler
rimas cruzadas
versos não conjugados
no sorriso da poesia
que não nasce nos olhares…
Num deserto sem oásis
ambicionei ver a poesia nas vidas
em existências poéticas!
Poema… humano
sem estes substantivos
recuso ser poeta…
"Branco silêncio das minhas mãos" Ana Coelho
(© ao abrigo dos direitos de autor)
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...