Era luz de lamparina
E seu corpo de menina
Sei lá, de bailarina
Quando minha luz afina
Era sexta quase quinta
E num corpo de faminta
Dessa alma que ressinta
Nessa dor que ela pressinta
Na montanha que se esculpira
Num corpo meu que se inspira
Corta morro, sopra vento que respira
Desce a serra, dorme pira a caipira
Da manha que assanha a aranha
Acalma o peito e estanha a manha
Que na descida tece a dor estranha
Do amor arame que fere e arranha
Corro e esqueço teu nome na amarga ida
Da Maria guardo o colo e as magias e some
Da estrada, da estrada, bela dos trinta que some
Grito teu nome, nem sei teu nome, qual é teu nome?
José Veríssimo