Abro minhas mãos calejadas pelo tempo,
delas, soltam-se folhas matizadas de ilusões
que o tempo não conseguiu destruir,
…e as folhas alegres e saudosas voam
sobre as minhas mãos,
deixando cair pétalas de recordações!
Este meu tempo de agora,
plantou nas minhas mãos,
árvores de raizes profundas
de onde as folhas verdes de esperança
se metamorfosearam em realidades!
Mas as minhas mãos vincadas
pelo sol, que acalorou minha vida
abrem-se serenas e gratas
pelos afectos
com que foram contempladas
pelos caminhos dos abraços!
As minhas mãos marcadas
geograficamente pelos rios
de sangue, da fonte da minha essência
E por intensos sentimentos,
são o mapa da minha existência!
Que na minha partida
deste mundo terreno para o metafísico,
as minhas mãos entrelaçadas
sejam bandeira das vidas
material e espiritual
com que fui agraciado.
José Carlos Moutinho