Suas mãos são belas como são,
deixando-se ficar indolentes
ao longo do corpo esguio.
Fazendo tremer meu espírito
apenas de imaginar
um suave toque em meu corpo.
Suas mãos que vejo nos sonhos,
apesar de não terem pulseiras
e nem pedras preciosas,
são jóias que percorrem o corpo
trazendo arrepios de prazer..
Suas mãos esguias,
de quando em quando vão ombros
e se unem num murmúrio.
Mãos lindas, belas,
mãos de princesa,
outras vezes se unem
em feitio de oração
e juntas vão aos lábios
como num sobressalto,
a respiração arfante,
uma delas se solta
e aos poucos descreve um arco,
tão lânguida no espaço,
devagar a me acenar,
indolente, silente mas tão cruel,
em mais um triste adeus.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.