Quem me dera estancar de repente,
Não deixando fugir novamente
De mim toda essa felicidade.
E prender num abraço ligeiro
Todo o caráter passageiro,
Que já não é, para mim, novidade.
Lançaria-me à flor dessa água,
Lavaria toda a minha mágoa,
Alvejaria minha irrequieta alma.
E depois, já com leveza de pluma,
Vendo o passado se desfazer em espuma,
A deixaria ir livre; nos braços da calma.
Frederico Salvo.