Não sei quem és, nem de onde vens,
serás folha ou lamento,
diz o que de bom tu tens
serás sopro do vento
ou segredos que em ti conténs.
Tuas mãos são rosas
perfumadas de afagos
suaves mariposas,
olhos teus são dois lagos
teus seios doces prosas.
Ainda não sei quem és
e talvez nunca o saiba,
escondeste os teus pés,
minha acalmia acaba
condeno-te às galés.
Deixaste-me por fim
ver-te inteira e graciosa,
de lábios cor carmin
cara maliciosa
nunca vi um corpo assim.
José Carlos Moutinho
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