Finados
Mortos, tranquilos, acabados
descansando a sete palmos finados
deixando sua herança ou endividado,
Espíritos puros, azulados
ou espíritos impuros obsidiados,
Precisando de oração os desesperados
Os alegres e tristes enterrados
com morte apressada ou forçados,
Os que amavam a vida
e os amargos e chateados.
Todos com uma vida passada
ou com uma vida a passar.
O ouro puro na mão, indignado
Brincando com este bem, iluminado
Vivo, deveras respeitado
Morto, nunca lembrado...
O drama do sepultado
com a imensidão da vida acabada
depois de tanta luta desvairada,
Restando cinzas e mais nada!
Do Livro Confissões Poéticas.
Marcelo de Oliveira Souza, IWA