Sonetos : 

Errado Coração

 
Tua Alma, longe, esguia
entre espantos e quimeras,
arrebata-me os sentidos, balbucia,
"ai, amar-te, quem me dera!"

E que triste melancolia ...
Novamente errado, coração,
projectando a sua solidão
em alguém que o não sentia!

Pobre Fado de quem ama,
de quem acredita e proclama
que quem não ama não é gente!

Sou Poeta solitário, levando em mim,
Camões e essa gente, absorta que se sente,
um Soneto inacabado, sem principio e sem fim!


Ricardo Louro
No Largo de Camões
ao Chiado



Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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