Tua Alma, longe, esguia
entre espantos e quimeras,
arrebata-me os sentidos, balbucia,
"ai, amar-te, quem me dera!"
E que triste melancolia ...
Novamente errado, coração,
projectando a sua solidão
em alguém que o não sentia!
Pobre Fado de quem ama,
de quem acredita e proclama
que quem não ama não é gente!
Sou Poeta solitário, levando em mim,
Camões e essa gente, absorta que se sente,
um Soneto inacabado, sem principio e sem fim!
Ricardo Louro
No Largo de Camões
ao Chiado
Ricardo Maria Louro