Tenho andado afastado;
Tenho andado, sentindo falta de mim;
Sinto falta das palavras que não me vem mais com facilidade;
O nanquim e o papel não transcrevem minha realidade;
Por onde andas eu?
Sai a ruar e perdi o caminho da volta;
Aquele sorriso fácil, aquele olhar doce de fazer bem;
Mente confusa cheia de palavras ao relento;
É dia é noite, e tudo parece ser a mesma coisa;
Tenho andado afastado;
A certeza e o enfim;
Não sei lhe dizer se saí a procurar;
Não sei lhe dizer se vou encontrar;
Mas certo é que;
Tenho andado, sentindo falta de mim;
Me encontrei, perdido sem esperança;
Um cachorro de rua ou mera semelhança;
Perdido sem dono, sem sono;
Madrugadas a refletir;
Não mais me encontro, e não tenho de quem me despedir;
Aqueles olhos doces de mim já querem partir;
Por onde andas eu?
Tenho andado afastado;
Tenho andado, sentindo falta de mim.
Marcio Corrêa Nunes