Dia das bruxas (Halloween)
Surgem morcegos e gatos
Em dia de Halloween,
Que às bruxas em desacatos
Não há demo que as domine.
Saltam das teias aranhas,
Morcegos em revoada,
Tecendo danças estranhas
Até alta madrugada.
A lua não aparece,
Mas a luz que as alumia,
Numa abóbora estremece
Para completar a magia.
Sons de passos arrastados,
No caminho em restolhada,
São de espetros que vagueiam
Em suspiros desolados,
Buscando na caminhada
Aqueles seres por quem anseiam.
A lua não aparece,
Mas a luz que os alumia,
Numa abóbora estremece
Para completar a magia.
Uivos velados, tristonhos,
Ferem na noite o sossego,
Almas emergem de poços
Em pesadelos e sonhos;
Batem asas de morcego,
Ouvem-se estalidos de ossos
Dos espíritos diletos
Num abraço de esqueletos.
A lua não aparece,
Mas a luz que os alumia,
Numa abóbora estremece
Para completar a magia.
Juvenal Nunes