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consome-me enquanto crepita a acha de carvalho sem nós
dize-lhe a terra que se ouve a mar em outubro
dos centros apagados construindo casas em volta
[porque não ao redor?]
caos
quilhas perfeitas escondidas pelo areal
aves
barcos submersos
despidas do branco das praias a sul.
Transporta-me além deste tempo
não meu
um mundo despojo
catadupas simples sem graças
quiçá as garças pela margem bombordo
observando maré
esperando esgravatando
passos ao largo sem interesse
que me interessam os sons por perto ou os cavalos alados a espaços[?]
sabes bem que são abismos
destapando frios
. entrego-te a visão perdida um dia
pela manhã já tardia
assim são os náufragos [de si próprios também]
agarrados aos grandes troncos de madeira boiando sem rota
mal sofridos vivem
I
faze-me a hora desconstruindo-a após
muros
passos
tatuagens
após as cores que dispersas sem jeito
plenas
quisera eu hoje ser o teu tu
deixando de ver pessoas colhendo as últimas cerejas esvoaçando às cegas
titubeando sós
[sim
nós].
(Ricardo Pocinho)