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A mesma coisa, em tempos diferentes

 
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Quisemos a mesma coisa, porém, em tempos diferentes. Soa bem, ''A mesma coisa, em tempos diferentes''. Fica perfeito. Acho que título melhor, era impossível de emergir neste momento.
Puro ''Pop-Up'' mental. Só isso poderia resumir a nossa história, mas torna-se tão vago se pensarmos em tudo aquilo que vivemos.

Se pensarmos no tempo. Dois anos. Se pensarmos no espaço. A tua casa. Amigos em comum. Eles não sabem. Quando estão na sala, e nos beijamos na cozinha. Eles não sabem. O que fazemos. O risco que corremos. No final, todos vão embora. Eu sou o primeiro a ir. Entro no carro e vou para longe. Para mim é longe,
na realidade é uma rua a seguir à tua. Na maior parte das vezes, eu espero pela tua mensagem: ''Vem''. Outras, eu subo num elevador, enquanto eles descem no outro. Eles não sabem.

Não sabem que quando abres a porta, nasce um novo planeta. Um planeta criado por duas pessoas, composto por duas pessoas: tu e eu. O oxigénio parece pouco, para uma respiração ofegante. Não existe moeda. Existe pagamento em géneros. Tu mordes o meu lábio. Eu agarro a tua nádega. Lês o meu corpo num beijo francês. Leio o teu em braille. Citas Freud no conceito de libido. Cito Galton nas impressões digitais. És Kim Basinger, sou Mickey Rourke, ao fazer ''Nove Semanas e Meia'', num par de horas. É mais do que sexo. É uma conexão de corpo e mente.

Evito pensar que seja amor. Ás três da manhã. Assim, pontual. Interrompendo a paz do nosso após. Com medo quero ir embora. Esperar pela manhã é entregar-me demasiado. Mas ir a essa hora, vai soar a ''One night stand'', apesar do roteiro ter repetição. Tu não sabes quando. Nem eu. Nem a mulher que se intrometer no meio.
É esse o tempo de intervalo. Nesse intervalo, tento viver uma história de amor com outra pessoa. Dois meses são suficientes. Suficientes para saber que nunca irei sentir amor por ela.

Repetiu-se o roteiro. Em dois anos, repetiu-se cinco vezes. Cinco histórias. Cinco mulheres diferentes. Considerei a minha capacidade de um dia, voltar a amar alguém. Parecias a minha fraqueza. Álcool. Só podes tê-lo no teu beijo. É a única razão para a minha cabeça andar à roda. Não foste a única assassina
a matar o meu coração. Mas foste a única que me mostrou evidências. Evidências que não fui capaz de interpretar.

Até ao dia em que escrevi isto. Enquanto dormias. Pelo teu sorriso percebi que o sonho era cor-de-rosa. Pelo teu sorriso percebi porque não amei outra, desde que te conheci. E percebi que era impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo, quando os meus lábios disseram...amo-te.

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Autor
LuísDiogo
 
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