João Maria Teotónio Baptista Sem filho, pai, neto ou avô Seu sonho era ser fadista cantar como um dia o Vasco cantou
Ele coitado que um pouco desafinava De poeta e cantor tinha muito pouco E quando de dia, tarde ou noite cantava Suas palavras soavam a louco
Três horas passadas de terminar o dia Lembrou-se de fazer uma serenata Levou com um jarro de àgua fria Armando logo zaragata
João Baptista estava apaixonado Pela filha do senador Mas vivia angustiado Com ciúmes de outro cantor
Joaninha estava já prometida A César o grande Tenor Sua mão fora concedida Por não haver lá nenhum doutor
João Baptista enquanto sonhava Do fado do Vasco lá se lembrou E para recuperar a sua amada Para Coimbra foi e lá estudou
Fadista cantou Com voz afinada Doutor se tornou Com a vida bem fadada À terra voltou Para junto da sua amada Assim que ajoelhou Ficou a história rezada