Ai…esta nostalgia sempre presente em mim
do feitiço que se entranhou na minha essência,
da minha Luanda de perpétua saudade,
das memórias belas que jamais têm fim,
das cores que dos meus olhos, são ausência.
Dizia-se que quem bebesse água do Bengo
ficaria eternamente preso aquela cidade,
por isso em mim tenho este doce dengo
que será meu companheiro pela eternidade.
Ai… Luanda, minha querida Luanda
foste a luz, a cor, o cheiro a minha vida,
hoje estás diferente, até te chamam banda,
de qualquer modo,serás sempre muito querida,
E não sejas vaidosa e egoista, minha cidade,
porque a minha saudade e grande nostalgia
moram no meu peito em melancólica acuidade
por Angola, das vastidões verdes, minha alegria.
Ai….Angola que me prendeste profundamente,
jamais sairás do meu ser, ainda que eu quisesse,
sinto-me por ti enfeitiçado em doce sofrimento
hoje és livre, independente, talvez eu regresse.
José Carlos Moutinho