Intenso abismo me põe entre dois mundos:
O de uma realidade onde tudo se vê imundo
E o da fantasia em que o sonho é divina magia...
Revolta-me um cotidiano hipócrita e doentio,
Mas edifico sonhos em que mentira vira estio
E numa realidade apócrifa faço da vida alegoria...
O sol não é o mesmo, então bronzeio a inspiração
Sob a lua que brilha sobre o teclado das palavras,
Cultivo em cada letra o ensaio que meu eu lavra
Para dar feitiço de verdade às estradas do coração.
Não mensuro o tempo, em meu mundo mando eu,
Chorar e sorrir são antíteses presentes aqui e acolá...
Caminhar... cair... levantar, posto que isso é sonhar
Com a realidade que virou utopia, mas não se perdeu!