Leva, mar, a flor agonizante
Que cedeu pétalas aos ventos,
Deixa que corra entre mirantes
E seu perfume seja sentimentos.
Vem, flor, seduze meu olfato
E embriaga minha solidão
Tão carcomida pelo retrato
Que envelhece meu coração.
Deixa, mar, a flor na passarela
A remoer uma saudade sem cor,
Mas cujo caule é sabor e procela
Que pelas águas descreve amor.
Oh, flor! Teu cheiro virou ternura
E desnudou as ondas sem censura!