Poemas : 

UM VELHO PÉ DE JACARANDÁ

 
UM VELHO PÉ DE JACARANDÁ
 
(crônica)
Na rua catorze de julho, de minha Cidade Morena, havia um velho pé de Jacarandá, que, todo ano, em setembro, carregava-se de flores encantado a todos que passavam por lá! Desde eu menino, a Rua 14 de julho tem sido meu caminho de casa e sempre quando eu passo onde ficava o velho pé de Jacarandá meus olhos buscam o espetáculo de flores que todo ano havia por lá!
Este ano de 2011, no mês de setembro, passando por lá, meus olhos estupefatos não acreditaram no que viram, de fato o velho pé de Jacarandá não estava mais lá! Não foi difícil saber o que aconteceu com a árvore de pequeninas flores azuis: a ganância humana passando por lá se encantou com uns terrenos em frente à centenária árvore; área supervalorizada no setor imobiliário; o velho pé de Jacarandá em nada contou ante “os olhos gordos” da ambição que viram ali a oportunidade de ficarem milionários!
Na mente da ganância humana nasce o projeto sonhado: ali construiria um conjunto de prédios, um condomínio fechado! Ato contínuo, prepara-se a papelada que, como já se estava acostumado: encaminhada aos “órgãos competentes”, rápido, foi ajeitada a derrubada da bela árvore! Breve, máquinas e homens chegaram ao local! Ao que parece a questão Meio Ambiente não era considerada! Os responsáveis pelo projeto não consideraram o velho pé de Jacarandá! Não tiveram sensibilidade para isso ou nem conheciam um pé de Jacarandá.
E de onde se esperava uma voz de apoio à velha àrvore: a Prefeitura e a imprensa local, o silêncio se fez pesado como um tronco de jacarandá! A administração Municipal, pelo que parece, nem passou por lá, ou se passou, também, não conhece a beleza de um pé de Jacarandá!
Assim, impiedosamente, a pobre árvore, amiga de meus olhos que já de longe a conhecia, tombou por terra. Nem deu tempo para que eu a defendesse; numa tarde, uma triste tarde de setembro, quando eu retornava para minha casa, meus olhos arregalados e, sim, confesso sem vergonha do meu, talvez excesso de sentimentalismo: meus olhos já cheios de lágrimas procuravam e não viam o velho pé de jacarandá, enquanto meu cérebro deduzia o fatídico fim do centenário amigo. Derrubaram-no e esquartejaram-no em toras que, de certo, seriam queimadas.





Manoel De almeida

 
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ManoelDeAlmeida
 
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Enviado por Tópico
samuelk7
Publicado: 21/10/2014 00:29  Atualizado: 21/10/2014 00:29
Da casa!
Usuário desde: 28/09/2013
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 Re: UM VELHO PÉ DE JACARANDÁ
Poeta parabéns pelo sentimento e consideração pelo pé de jacarandá!Tenho certeza que a força da natureza te recompensara de alguma forma,pelo reconhecimento e importância que você deu a essa arvore tão importante para você!abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2014 08:58  Atualizado: 21/03/2015 12:46
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2014 08:58  Atualizado: 21/03/2015 12:46
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2014 10:40  Atualizado: 21/10/2014 10:42
 Re: UM VELHO PÉ DE JACARANDÁ
A ganância do ser humano não tem limites e diante dela um pé de jacarandá nada representa. O seu foi cortado e esquartejado era lindo e estava à vista de todos. Imagine o que não acontece em plena floresta amazônica com outros pés de jacarandá considerando que é uma madeira nobre.
Muito pertinente sua crônica/poema, bem escrita, com sentimento e como grito de protesto.
(bela foto)
abs.