E a saudade apertou-me o peito
De uma tal forma, de um tal jeito
Que não pude conter a contração
Então resolvi cantar-te numa canção.
Mas não consegui terminar a confecção
Perdi-me no tema, na métrica, estribilho;
Perdido percebi que era outro o problema
Então resolvi decantar-te num novo poema.
Como eu gosto muito do Gonçalves Dias
Comece a falar de palmeiras e de sabiás.
Mas eu não queria de forma alguma plagiar
Então eu resolvi desistir de fazer poesias.
Por fim resolvi tentar escrever uma missiva
Onde você era planta que todo dia vivifica
Que arrebatou-me dos sofrimentos medonhos
Beijando-me, levando-me ao mundo dos sonhos.
Nos sonhos tudo me era mais divertido e diferente
Ganhávamos asas de fartas plumagens e penugens
Uníssonos estavam nossos corações rumo ao poente
Num Horizonte rajado de nuvens faiscando ferrugens.
Ah, meu amor! Como é bom sonhar contigo!
Fujo deste mundo e em outro universo apareço
Então eu consigo fazer uma Canção de Amigo
E uma Canção de Amor somente para ti eu... Teço!
Gyl Ferrys