Poemas : 

[exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]

 
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exponho-te a vontade possa eu ouvir-te
as estradas não têm portas de entrada

e as saídas são inclinadas
em aparentes desusos

os mares têm recantos
onde as areias são brancas formando castelos alagados
quiçá caminhos rotas
muros mundos

que se espalham pelo respirar repentino
de nevoeiros a estibordo.

Projetam-se sombras
depois as escuridões ponteadas de luzeiros
aqui


ali

nada trazendo de novo


apenas pulsações
e a inamovível ondulação.

Sabes da luz cor de amora
as mãos trémulas
a breve brisa da maré vazante

abrirás então o teu silêncio das luas e das flores marinhas
[pressentimento meu]

enquanto o olhar se fixa.

I

Pudesse eu tornar a noite habitada
[cessando todos os seus ruídos].




(Ricardo Pocinho)


"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com

 
Autor
Transversal
 
Texto
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 16/10/2014 19:07  Atualizado: 16/10/2014 19:07
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Transversal
Encantada mas sem palavras!

Sabes da luz cor de amora
as mãos trémulas
a breve brisa da maré vazante

abrirás então o teu silêncio das luas e das flores marinhas
[pressentimento meu]

enquanto o olhar se fixa.

I

Pudesse eu tornar a noite habitada
[cessando todos os seus ruídos].


Perfeito!
Janna


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/10/2014 19:16  Atualizado: 16/10/2014 19:16
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Gostei imenso desta sua forma de cantar Ricardo...por vezes entram, entram desilusões na vida das pessoas, ainda que " tal porta" não se queira abrir, entram na mesma e já agora, para sair:

"e as saídas são inclinadas
em aparentes desusos"

Nem que seja na voz de um poema, saem emoções de formas mil em modo de descontentamento e o corpo se alivia um pouco.

Um canto para Favoritar poeta.
Bem conseguido.
bj


Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 16/10/2014 19:41  Atualizado: 16/10/2014 19:41
Usuário desde: 06/06/2012
Localidade: Macapá/Amapá - Brasil
Mensagens: 5848
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
“As estradas não têm portas de entrada”
Mas há tetos para estrelas caírem
Trazendo luas
E nobres pássaros com pretensões de amanhecer
N’alguma ilha crepuscular de flor-de-lis.


mais uma linda ode poética. obrigada

bjos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 04:51  Atualizado: 17/10/2014 04:51
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
ouve meu coração o que ouvindo diz o seu,com as portas q sem trancas indicando,o caminho da alegria de estar aqui,livre em tuas letras q sorriem cores,texturas de bem querer em mares de bonança,obrigado viu? sua alma escreve mais longe do que estão visiveis aos olhos q leem vc.
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bom diaaaaaa!!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 05:06  Atualizado: 17/10/2014 05:06
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
pra vc com carinho poético





Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 10:17  Atualizado: 17/10/2014 10:17
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Ricardo, tu és perito em navegar nessas águas!...rs. ficou óptimo, como sempre. um abraço.


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 17/10/2014 13:23  Atualizado: 17/10/2014 13:23
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Bom dia Ricardo, seus versos enredam um personagem que observa a vida pela face oculta, onde fica menos doloso o roçar entre os desejos e as desilusões desta nossa materialidade tão frágil, e extremamente complexa, parabéns pelo eloquente poema.

Nota: Ricardo, eu faço uma poesia que o leitor deste site não tem muito apreço por ela, mas para mim o importante é escrever a mensagem que afaga primeiro a minha alma, e quem sabe possa afagar mais algumas mundo a fora, conheço também da poesia clássica, mas suas formas não me apetecem a concebe-la. o Patativa do Assaré, Mais o Ariano Suassuna, e tantos outros tem a ver com esta minha poética rimada, aquele abraço, MJ.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 16:49  Atualizado: 17/10/2014 16:49
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Poeta do sol as marés tem recantos que formam castelos alagados, formam rotas além daquelas pontes imaginárias despedindo-se em barcos para ilhas desconhecidas em buscas de rotas tantas. Pudesse ru tornar a noite habitada, a fogueira lenta, e os passos de vindas apenas, pudesse eu...

Boés de obrigada pela forma que escreves, sabes que admiro-te e sempre será assim.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 16:49  Atualizado: 17/10/2014 16:49
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Poeta do sol as marés tem recantos que formam castelos alagados, formam rotas além daquelas pontes imaginárias despedindo-se em barcos para ilhas desconhecidas em buscas de rotas tantas. Pudesse ru tornar a noite habitada, a fogueira lenta, e os passos de vindas apenas, pudesse eu...

Boés de obrigada pela forma que escreves, sabes que admiro-te e sempre será assim.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2014 16:49  Atualizado: 17/10/2014 16:49
 Re: [exponho-te a vontade possa eu ouvir-te]
Poeta do sol as marés tem recantos que formam castelos alagados, formam rotas além daquelas pontes imaginárias despedindo-se em barcos para ilhas desconhecidas em buscas de rotas tantas. Pudesse ru tornar a noite habitada, a fogueira lenta, e os passos de vindas apenas, pudesse eu...

Boés de obrigada pela forma que escreves, sabes que admiro-te e sempre será assim.