Paredes de papéis amparam a tua voz
Escritas no concreto, o quadro é aviso
Em norma imposta ao olhar de todos nós
Pelo subtraço vermelho o ecoar do teu grito
Cotidiano em forma de um recado feroz
Na criação de leis que te torna opressivo
Na moldura do informe em retrato de algoz
Vigiando a todos nós com teu olhar corrosivo
Brancas paredes em voz ausentam a tua cara
Impondo o teu ritmo na planilha que carrega
Com toda a tua pressa na hora que escorrega
O respeito que aos olhos, veste a tua máscara
Indiferente a tua moda quando apenas ela pega
Na alma do teu puxa que o rosto não nos nega
Murilo Celani Servo