Hoje acordei triste, num manto de frio,
De olhos turvos, sem brilho glaciais,
Envolto em memórias outrora angelicais
Acordei sem ti, saudoso perdido e vazio.
Lembro beijos em silencio, longamente,
Me portam a tempos por nós passados
Oh! como meus sonhos estão desgastados,
Penso em teus beijos tão pesadamente.
Corre nas veias tanta ansiedade,
Por ti ferve-me e coalha o sangue
Dentro do coração exausto e exangue
O silencio monstruoso da saudade.
Sem teu olhar, meus olhos absortos,
Ainda procuram miragem ou visão.
Cai pesada a cerrada escuridao,
Única luz é a de todos os meus sonhos mortos.
Hoje acordei triste, despedi-me de mim
Caí nas entranhas do teu mundo,
Inerte permaneço bem no fundo
De um coração que me esqueceu, enfim
Existirá mais tristeza que me ver no abismo
De sentir tudo no não saber sentir nada
Até a alma se sente seriamente enganada
Por tudo quanto em mim guardo ou cismo.
Hoje acordei triste, fala alto a agonia,
Voltasse o tempo atrás sem demora,
Igual o ano, mês, dia, hora
Voltasse atrás para onde perdi a alegria.
Iria agarrar tamanha oportunidade,
Carregar todos os meus sonhos pela mão.
Iria-te amar com toda a força de vontade
Com todo o sentir que provém do coração.
Paulo Alves