O mundo pensa que me faz de bobo,
Tolo sempre será este mundo para mim,
Pois, sobrevive em aparências de cetim
Que me produzem frio, náuseas e nojo...
Bom é que as víboras consomem insetos
Posto que são nocivos ao meio ambiente,
Vivem em trajes a rigor misturados às gentes
E massacram o social desfilando de espertos...
Da hipocrisia hedionda projetam sacanagem
Sobre anseios que vegetam sem estiagem
Numa atmosfera densa, enferma, paraplégica...
O véu caiu... Sobre mosaicos reina indecência
E eu e o povo, o povo e eu, temos aguda sapiência:
Somos enfermos crônicos da contemplação cosmética!