A mentalidade perversa atravessa a noite.
Descargas sincopadas de nervos foragidos
mordem a fímbria dos cinco sentidos.
Movo a medo
Pernas
Braços
Dedos.
Existo?
Resisto e morro viva em silêncio
e em silêncio descubro uma ilha num mapa feito de gesso.
A mentalidade portela o abismo de mim,
a ausência de ti.
Aqui.
Ali.
E mais adiante.
Qualquer coisa da matriz original se desconfigura na noite que chora
sem eixo d'esfera armilar.
Do que resta verde pálido do que outrora foi lume no meu olhar
refulge insano gume no fumo e no gelo.
Uma espécie nova
que se outorga de jacinto-cisne.
Inverso no texto e no verso,
se brota musgo, receosamente, por entre o negro escorregadio-
sem norma, sem regra -, em raiz da serra.
E o frio chega.
… abjuras o agasalho da alma. Ensandeço coroada d’efémera tiara,
desnuda em manto de mudos gritos,
d’abraços sem gestos.
No golfar do sangue desabrocha a hora, infecta,
em matéria pétrea
e sucumbe ao vazio em carne amarga,
encimada em mim, camélia esquecida de larga imagem, à cancela da vida.
Não me encontro, de ti perdida,
se me olvidas em memórias ceifadas,
se me rejeitas em doutrinas mordidas
d’ostras desfeitas em retábulos de luz.
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