SILENCIO
Eu vivo quase sempre em silêncio.
Sem ouvir a tua voz, ler os teus escritos
Entender os teus pensamentos.
Nem um toque de telefone
Nem uma mensagem curta de um beijo.
O silêncio é nada.
Há um toque instrumental a silencio
Quando algum militar baixa à terra fria.
Só, no silêncio da noite ouvi o uivar dos lodos,
Só, no silêncio da noite ouvi o uivar dos cães
Só, no silêncio se destaca o ribombar da procela
O vento barulhento e apressado
Aproveita o silêncio .
A neve cai em silêncio.
As folhas caem em silêncio.
Balouçando,
Caem no chão,
Ou então num regato
Que as conduz, dançando
Tropeçando nas pedrinhas do leito
Até à torrente caudalosa do rio.
Vejo isto em silêncio.
Penso em ti, em silêncio.
Espero por ti, em silêncio.
Escrevo-te meus versos sinceros, em silêncio.
E tu, em silêncio.
Só quebras o silêncio dentro de mim
E mexes, abanas, matas.
E eu, em sofrimento,
Continuo a esperar por ti, em silêncio.
Tenho os meus medos, em silêncio.
Pensa nisto e em ti em silêncio.