Lua crescente em céu noite além de fulgor
Acolhe em manto um desejo apaixonado
Refletindo na eternidade a face de um amor
Errante ao infinito com querer de ser amado
Ilusão de olhos abertos defletidos pela flor
Ao destino da cor que o retrato é dourado
Insônia do real de um amanhecer delator
Em busca de alguém que se tem em fado
Decanta o tempo pelo cessar de um céu denso
Iluminando a intuição quando resgata a poesia
À limpidez do olhar em direção ao seu intento
Anelo ao extremo lança-se ao limite do senso
Com a nudez da arte, esboço de sua alforria
Desata-se da razão pelo seu anseio intenso
Murilo Celani Servo