Para quebrar um pouco esta amargura, Escrevi-te um poema e fui à rua. Pedi um café. E com minha alma triste Pensando em ti, pois sabes que é só tua.
Estando em ti pensando, reparei Que uma coisa do alto esvoaçava E que em ziguezagues ia baixando E que no negro asfalto repousava
Levantei-me rápido e curioso Para ver esse pedaço de papel. Li, pensei em ti, e logo, logo Meu coração bateu, bateu como em tropel.
Nele estava escrito, ainda se lia Iguais às minhas, confissões de mor, Que um doido como eu, havia escrito Com muita amargura e muita dor.
Entretanto saiu da estação do lixo urbano Uma senhora com vassoura e apanhador. De um lance curto apanhou o relicário De uma grade paixão e grande amor
E o jogou num lance de repulsa Num receptáculo grande, num caixote. E eu pensei : Quem ama é um desgraçado Que em vez de amar, merecia a morte.
Confesso-te, meu amor, que nisto vi O final dos meus versos onde cantei Tua beleza, meu amor louco , minha saudade Tudo aquilo que me deste e eu te dei.
Só espero e rogo a Deus, se isto acontecer E for deitado ao monturo do lixo da cidade, Todos os anos germinem lindas flores Rosas vermelhas de amor e de saudade
E se quiseres , puderes e tiveres tempo Colhe uma e desfolha-a lento e com carinho, Eu estou ali. Sorri-te, dá-me um beijo. E lembra-te das tardes em que bebemos vinho.
suas palavras me emocionaram muito de verdade, obrigado poeta por ter um coração tão bonito assim. estou favoritando viu? sempre irei ler qd sentir a incredulidade do mundo querer conta da minha alma.