é a melhor forma de manter viva a criança que há em nós: jogamos às escondidas, vivemos dentro das histórias de encantar, entretemo-nos a fazer-de-conta, somos heróis, tentamos o papel de vilão, ousamos traquinices, fazemos amigos com uma facilidade incrível, limpamos o ranho e as lágrimas às costas de um papel, pintamos a manta, desconstruímos castelos de livros imaginários, construímos intricados puzzles de letrinhas, desvendamos ilhas virgens, edificamos construções improváveis com pecinhas de "léxico" (assim como pecinhas de "Lego", sabem...), subimos ás estrelas e descemos aos infernos num passe de "papelbol" (pois, aquela modalidade em que a táctica é encestar uma bola de papel amassado com um poema lá dentro, no caixote de lixo mais próximo)... enfim, fazemos das palavras gato-sapato. Giro, isto de se ser criança até morrer. Ou até viver, pronto, para não dizerem que falei de amor.
Teresa Teixeira