Poemas : 

Manto negro (luto)

 
 
Manto negro (luto)
 
http://touchn2btouched.tumblr.com/page/891






Lágrimas cobrem de um manto negro
(luto)
Que habita em cada um,

Lavando o letreiro
Do telhado de vidro quebrado
(dor da perda)

...

Ofuscando o sentido
Da verdade e faz a imagem
Das estrelas embaçando-as
D'uma'lma que ama
Derramando versos impiedosos
(sentir)
...

Mas, jamais impedirá
O sol de brilhar
Pois,
Sempre estará no horizonte um poema
que beija a terra
E tudo que nela contém
Independente de nós meros mortais.
(o sol)
...

Que também não podemos impedir
A natureza prosseguir o seu curso.

...

Enquanto respirar,
A Rosa continuará
Desabrochando seguindo a Leste
Sem sequer olhar para trás.

...

Inda que chore lágrimas de sangue
Em seu despertar,
Enquanto não aprender,
A não se ferir com os espinhos.

Ray Nascimento



Do fundo do meu ser; amo te ler; tua amizade e seu amor sincero são refrigero pra minha alma.Te amo Amiga do seu AMIGOMENINO!
Open in new window
Adriel

 
Autor
RayNascimento
 
Texto
Data
Leituras
3150
Favoritos
5
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
74 pontos
14
10
5
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/11/2014 21:07  Atualizado: 02/11/2014 21:07
 Re: Manto negro (luto)
Um belo canto Ray com "sabor" a fado.
Fantástico menina.
bj


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 02/11/2014 21:18  Atualizado: 02/11/2014 21:18
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Manto negro (luto)
belo mesmo.
(...) enquanto respirar. bjs e obrigada


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/11/2014 22:56  Atualizado: 02/11/2014 22:56
 Re: Manto negro (luto)
Vivemos conscientes da morte rondando,mas nunca estamos preparados para suas consequências,é realmente uma barra pesada para quem ficou,nem todos conseguem lidar com a dor e nem a extensão do luto,momento de grande tristeza e de reflexões profundas imersas em solidões.Bjs,bjs,bjs, Minha Ray querida,poetisa do Sol,obrigado por esse momento que apesar da beleza da vida,se faz necessário a todos os seres humanos e que aqui você consegue apresentar com humanidade e respeito.Boa noite Anjinha.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/11/2014 23:02  Atualizado: 02/11/2014 23:02
 Re: Manto negro (luto)
Esqueci de dizer que estou guardando na minha arquinha,rsrs,lá preciso também de lembrar o quanto é curta e finita essa vida terrena e com você sempre estou aprendendo que somos mais do que pó. Outro beijão


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/11/2014 23:32  Atualizado: 04/11/2014 23:32
 Re: Manto negro (luto)
RayNascimento

Quem na vida espalha amor
Nunca dela perde o norte
A vive sempre com fervor
Nunca temendo a morte!

Só o amor é capaz de fazer secar as lágrimas!

Beijo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/11/2014 01:45  Atualizado: 19/05/2015 18:16
 Re: Manto negro (luto)
Sentimentos que se ofuscam um labirinto onde o silêncio se faz nas lágrimas que aquele sofrer é sentido pelos olhos onde o amor se desperta em dor fragmentada coberto pela sombras dos alpes

lindo poema


Enviado por Tópico
Teli
Publicado: 19/05/2015 14:56  Atualizado: 19/05/2015 14:56
Colaborador
Usuário desde: 16/05/2015
Localidade: Rio de Janeiro
Mensagens: 946
 Re: Manto negro (luto)
Versos profundos e belos. Adorei, Poeta. Parabéns. Um beijo em seu doce coração.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/06/2020 14:53  Atualizado: 23/06/2020 17:22
 Re: Manto negro (luto)
Liberdade é voar num horizonte qualquer, liberdade é pousar onde o coração quiser.

Cecília Meireles

Cântico Negro
"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'