Aleitados em gélidas tetas,
Que regurgitam,
Ao bel prazer,
Poção de aspecto triste, indiferente...
Educados, já desde o ventre,
Por ecléticas máquinas,
Poderosas e impassíveis.
Sem irmãos de carne e osso,
Sem amigos para brincar, para brigar...
Sem bichos para amar.
São irmãos da televisão,
Filhos do computador,
Passam seus dias envoltos
Por mundo digital e insensível.
Sem terra para criar,
Sem espaço para correr,
Sem merda para pisar,
Sem vidraça para quebrar,
Sem ira para esquecer,
Sem pai para imitar.
Pequenos seres cibernéticos,
Com sonhos de quem não tem
Por que sorrir,
De quem não tem por que chorar.