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À DERIVA

 
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À DERIVA

Aqui, na Ilha do Governador, da sacada do apartamento contemplo a água cinzenta da Baia da Guanabara. A poucos passos, o mar está enchendo e a ventania predomina trazendo consigo o cheiro fétido de peixe sacrificado. Distante, avista-se a ponte Rio - Niterói, o Pão de Açúcar e parte da Praia do Bica. Urubus e gaivotas voam lado-a-lado. Enquanto uns buscam alimento deteriorados; outros buscam pequenos peixes na superfície das águas. Com exclusão do ar que aspiro tudo é belo. Dedilho o meu violão com as cordas de náilon, parcialmente desafinado, e canto algumas canções. Helena, não a de Tróia, porém mais insinuante e sensual do que ela chega com um pudim para mim, depois traz água e, ainda café com leite. Após os seus “vais-e-vens”, pediu-me delicadamente que cantasse para ela uma canção de amor. Prometi que logo mais iria ao seu quarto e a ofertaria uma de seu agrado. Ela me ofereceu tudo (ou quase tudo) e tenho a obrigação de atende-lhe o pedido. Helena tem 22 anos e seios atrevidos. Suas coxas no shortinho curto são umas tentações. É a secretária de confiança do casal que me acolheu. No momento distante, porque foi ao Shopping da Barra comprar bacalhau para surpreender-me com um prato especial, digno de um conde. Fiquei aguardando-o para dividirmos o vinho. Conseqüentemente, antes, Helena vai ouvir-me cantar e nada mais. Mas o seu corpinho é uma atração para a prática de coisas censuráveis.

 
Autor
Jairo Nunes Bezerra
 
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