Aproxima-se com estardalhaço,
Aos animais amedronta,
Aos homens espanta.
Barulhenta, misteriosa, rebelde,
Vem chegando...
Ventos improváveis
Prenunciam sua chegada,
Traz inquietude a pássaros e animais,
Com a desordem que faz ao se criar
Num pedaço de céu longínquo.
Lava tempestade,
Lava a cidade, os campos, o mundo,
De toda sujeira que fazemos
Por aí com despudor da insanidade.
Leva em teus sopros,
Em meio a águas obstinadas,
No fogo de suas entranhas,
Tudo que te for insuportável,
Os descaminhos da vida,
Aquilo que te angustia,
Que te faz furiosa, às vezes injusta.
Desperta os homens,
Desperta tempestade!
Diga-lhes no fragor
De seu encanto majestade,
Que não vieram para ficar!