Tudo pelo simples motivo
De um sim,
Nunca de um não.
Tudo me era falho, inativo,
Desprovido do sentido
E da razão.
Eu não acreditava em Cristo,
Em César, ou outra religião.
Não aderia a nenhum “ismo”
Não pertencia a nenhuma nação.
Porém é pesada a roda do destino
Não se gira apenas apertando um botão.
Não é nossa filosofia que tece os finos fios;
Há mais mistérios do que sonha nossa imaginação.
Por isso não se pode prever aquilo
Quando vem tocando o coração
Com dedo de despido menino
Que flecha com vedada visão.
Da mesma forma fere o felino,
O garrote, Dom Quixote e o cão;
Faz o pranto virar um rio de risos
O rio de risos faz virar um ribeirão.
Assim sendo, então,
Não se foge do que se está fadado.
Alguém poderá chamar aquilo de amor.
Eu, por mim, chamaria de amor... Dobrado!
Gyl Ferrys