Minha linda, para sempre, eternamente e mais ainda:
Estou saindo da sua vida, mas saiba que não levo comigo nenhuma mágoa. Sem pretextos, resta desejar que haja sempre sol, mesmo que penetrando por uma pequena janela. Iluminando seu sorriso, refletindo felicidade radiante onde estiver. Durante o curso de todos os dias vindouros, que haja sempre luz. E quando anoitecer, haja sonhos alvissareiros percussores de realizados desejos, de sobejo dispares da minha presença .
Certo que jamais compartilharemos os raios de prata do luar iluminando sorrisos. Nem sentiremos as gotas da chuva após o céu trovejar insano. Nunca mais poderei ver refletidas nos seus olhos as nuvens tão brancas, nem as estrelas mais cintilantes. Quase desejo poder o vento espalhar rajadas, circulando o ar viciado de desamores, restando fogo vivo das brasas reanimadas, resquícios da última noite de amor.
Mas é certo que estou perdido. Pois sempre foi nos seus olhos que encontrava calor e a luz a guiar meus passos trôpegos. Também trago comigo tanto desalento. O que restou foi quase nada. Nada além de lembranças hoje parecendo remotas, se bem que foram desvanecidas pela indiferença e obstinação. De tudo, certo que o que tenho não é o suficiente para viver longe e só, deixando-me ansioso qualquer possibilidade de reconciliação.
Sempre seu,
W.A.
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.
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Re: Carta de despedida nº 4
