Sou lágrima, riso, sou circo,
Arena sem palco ou plateia…
vento com e sem destino,
Tempestade de mar alto…
Sossego de nascente cristalina,
Filha de uma chuva (in)vertida.
Sou eu…
nas crinas de um cavalo selvagem,
sem freios no correr do vento…
com o medo no preto dos olhos,
cavalgando só, aventureiro.
Não conheço o mundo alheio,
O meu mundo já transborda
E de mim faz marinheiro.
Sei de mim, das minhas margens,
Das marés e das luas cheias,
Dos lugares e dos perfumes,
Do cais dos meus abraços.
Sou eu…
num eterno poema incompleto,
Num livro que não tem fim…
Num lugar que não tem nome,
Satisfeita, mas com fome…
Fome de estrada, de prado, de mar,
Inconformada no conformismo de estar.
Sou eu…com e sem alma…
Sou eu…com e sem asas…
Sou eu…sonho e razão…
Sou eu…que vive e morre…
Que morre e renasce…
Que tem ambos os sexos…
Sou eu…num infinito imaginário
A amar as palavras e a desejar…
A desejar…Ser amada por elas!
Maria dos Santos Alves, 29/09/2014,
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