[Sol rei]
La vem o sol, astro rei
Trazendo vida
Para mais um dia
Chegando, fluindo
Todos estão felizes e rindo.
E eu ainda não sei
O que há de errado com meu sorriso
Resta-me apenas desistir
Desse chamado paraíso.
Entregue estão
Todas as minhas armas,
Vencido estou, por todos os meus carmas.
Proibido estou de tomar posse
De tudo que tenho direito
Seja um abraço, um beijo
O amor que sempre foi
Meu maior desejo,
Os sonhos, minha existência.
São como as ânsias do Seol/Hades
Que recolhe em si os mortos
Mas, sua fome nunca se sacia
E o tempo vai passando,
Seu estomago vai enchendo
Mas, ele sempre se sente vazio,
E pede sempre mais e mais...
E assim a vida vai enchendo minhas mãos
De porções vazias de vento,
De heranças jogadas ao relento.
O sol, astro rei
Continua enchendo os sorrisos de alegria
E mantendo minha alma fria
Poemas, poesias, versos e palavras
São apenas reflexos descoloridos
De um sorriso sem vida
Habitando adentro da moldura
De uma alma vazia.