Personagem estranha essa
Que vê os primeiros frutos a surgir
Que sente que o calor anda no ar
Que corre para o mar como se Amor se tratasse.
Personagem estranha essa
Que põe brincos de cerejas,
Um chapéu de palha,
Lança foguetes de folia
E diz que não viu a chuva a passar.
Personagem estranha essa,
Que parte a melancia com um bastão para se divertir
Que toca e foge após soar a campainha da vizinha
Que faz olhos de cordeiro à filha do pescador.
Personagem estranha essa
Que todo mundo o procura o ano inteiro
E deseja-o sempre com um um sorriso regalado
Que vai de orelha a orelha.
Personagem, sim, estranha!
Não diz nada à sua Prima,
Prepara a vinha ao seu irmão,
E foge do parente mais frio para não o aturar...
Personagem estranha, de facto, esta,
Que ainda não o vi,
Nem o ouvi ou mesmo o senti
Em todo este ano.
Por onde andaste tu, meu magano...
Por onde andaste tu...
P de BATISTA