SEM ABRIGO
Eu sou um sem-abrigo
Moro na rua com a minha solidão.
Sinto frio, o vento passa
Passa a gente ,passa gato,
Passa rico
Passa pobre
Passam outros com pregão.
Mas quando passas tu
Então,
A minha rua é outra,
Fico doido de paixão.
Lá se vai meu frio e amargura
E salta dentro de mim
Uma loucura.
És estrela cintilante
Que brilha mais
No céu negro desta rua.
Mas lá vais.
E eu fico só, comigo
Deitado no chão
Como um cão.
Sem dono e sem abrigo
À espera que voltes a passar
E sonhar contigo.