De longe vem uma voz que canta.
Assim ascende meu pensamento:
Uma canção me serve de alimento;
Um acorde dentro de mim se planta.
O som que me acoberta é uma manta
De finos fios tecidos pela voz do vento
Sacudindo meus cabelos e que acalanta
Quando meus olhos fixam o firmamento.
Deixo me levar pela melodia: Sol, dó, ré...
Parece que foge de mim o meu espírito.
Leva-me para outros recintos uma canção.
Fecho meus olhos e ouço bumbar meu coração.
Bato palmas calmas e, tresloucado, bato o pé.
Canto. Ninguém me ouve. Então eu grito, grito...
Gyl Ferrys