De um entardecer em que viver é poesia
A mente passeia ao exterior do presente
Rompendo a névoa densa da hipocrisia
À procura do existente além do sol poente
Silêncio em movimento pelo verso que se cria
Refletindo a sombra do que ainda não se sente
No tempo que a face perpetua sua dor e apatia
Pela penúria de sua arte de cor vil e ausente
Imagens em ebulição de um colorido atemporal
Tornam-se reais à medida que a noite em declínio
Ao céu de quem poeta entende ser nada casual
Ilusão de um mundo poético, inacessível e irreal
De um sonho imortal que o despertar é fastio
A consciência que o enredo não dá seu aval
Murilo Celani Servo