Escrevo
meio perdido
sem sentido,
é fraco
o coração.
Tu eu e algo mais
pôr do sol no cais,
maré a subir
pequeno paraíso,
perdemos o juízo.
Doce toque
dessa pele
do fel ao mel,
me cativa
como uma tela
de Picasso a Dali,
era aqui
que te queria,
jantar a luz das velas
com piano
e quarteto de violinos
rosas e outras coisas.
Mostrava-te prosas
pequenas poesias
riscos e rabiscos
de algo rasgado,
meio tonto
dizia-te palavras,
embalado
em letras de romances,
lances de rotura
dessa cintura,
a cura
a doença,
vem e não pensa
o amanhã
é longe
e não foge.
Cura-me males
e faz-me voodoos,
sorriso meigo
que me deixa leigo,
voos nocturnos
na luz da cidade.
Abro a alma
calma e serena,
temperatura amena,
a vaidade sobressai
num escuro,
são charadas
palavras cruzadas,
um só dialecto
olhar puro.
Vamos
sentamos
nos bancos
vemos os pombos
aos tombos
no jardim,
raízes quadradas
e tangentes,
matemáticas complicadas.
Descomplica
e triplica
essa emoção
cetim
ou jasmim,
e assim nos perdemos
em linhas
e letras,
contamos estrelas
lançamos o dados
algo morre
ou floresce.
Caiem as chuvas de Setembro
e é de ti
que me lembro.
Nascimento