*São uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos de verde-mar,...
Depois que vi seus olhos verdes:
De impressionar - tão verdes,
Quais faróis a forte luz irradiar,
Cego, nunca mais me pude achar!
Daquele dia em diante,
O Sol, qual fosco diamante,
Pede que chegue logo a noite:
Para se esconder de tamanho despeite!
Luz de tão verdes olhos
“Ora de esperança: quando o tempo vai bonança,”
Ora de desavença: quando a alma perda a crença!
Depois que vi tais verdes olhos,
Ora navego mar de abrolhos
Ora ondas calmas, no céu de seus verdes olhos!
Gonçalves*, como eu,
O poder de tão verdes olhos conheceu!
*Gonçalves Dias: poeta da primeira geração romântica
E que escreveu um poema com o mesmo título que usei neste
Meu poema, justamente para homenageá-lo.
Manoel De almeida