Superior a essência de um mundo imperfeito
De consciência vazia e de brio extinto de cor
Ausente de feitos pela negação ao que é direito
Já não é visão ao olhar a uma forma de censor
Sensação nua à terra crassa pelo ato desfeito
Investe ao limite que ao infinito se faz dispor
Livre do seu próprio fardo inerte em seu leito
Cisão do que é laço quando licencia a sua dor
Distante dos olhos de quem foi um grande irmão
Lentes de vidro já não reagem há passos em fuga
Do dito que ontem ceifava todo o tipo de paixão
Em liberdade ao grito que existia na imaginação
Por oposição ao discurso que o conceito se refuga
Abrem-se as cortinas que acorrentavam um coração
Murilo Celani Servo